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Foto do escritorDr. Lucas Nicolau

Anatomia do Sistema Urinário

O sistema urinário é dividido em duas partes, o sistema urinário alto e o baixo. O sistema urinário alto compreende os rins e o ureter parte abdominal. O sistema urinário baixo compreende os ureteres parte pélvica, bexiga e uretra.


Trato Urinário Alto


Os Rins


Os rins (Grego. Renes, órgão duplo. Equivalente grego, Nephrós) são um par de órgãos retroperitoneais de coloração marrom-avermelhada com a forma de um caroço de feijão. Estão cobertos por uma capsula fibromuscular fina e brilhante que se descola facilmente em um rim sadio chamada de capsula fibrosa. Cada rim apresenta uma superfície anterior e posterior, borda medial e lateral e polo superior e inferior. A borda lateral é convexa e a medial é côncava, possui o hilo, seio e pedículo renal. Os vasos renais entram e saem do rim pelo hilo juntamente com a pelve renal.


Localização


Os rins estão localizados paralelamente a coluna vertebral sobre o músculo psoas maior. Eles apresentam de 11 a 13 cm de comprimento sendo o esquerdo maior que o direito. Como relações anatômicas do rim temos, inferior a glândula suprarrenal, anterior ao diafragma, psoas maior, quadrado lombar o plexo lombar e a 12ª costela. O rim direito está posterior ao fígado, flexura cólica direita ou cólon ascendente e segunda parte do duodeno (duodeno descendente). O rim esquerdo está posterior ao estômago, pâncreas, cólon descendente ou flexura cólica esquerda, baço e intestino delgado.


Na posição ereta, os rins se estendem da primeira vértebra lombar até a quarta, sendo que o rim direito pode estar mais baixo que o esquerdo devido a presença do fígado. Já em decúbito os rins se posicionam durante a 12ª vértebra torácica e a 3ª vértebra lombar. Durante a respiração os rins também podem se movimentar para cima (expiração) e para baixo (inspiração) de 1 cm a até 7 cm.


Pedículo Renal


É necessário elucidar três definições distintas; o hilo renal, seio renal e pedículo renal. O pedículo renal são todas as estruturas que conectam o rim ao restante do corpo (artérias e veias renais, pelve renal e vasos linfáticos). O hilo renal é a depressão que se observa na margem medial do rim, onde se penetra o pedículo. O seio renal constitui os canais que entram no rim. O seio renal está sob o hilo e o pedículo renal entra no rim pelo seio. Se fizéssemos um corte do pedículo e colocássemos a margem medial do rim voltada para nosso lado, ainda assim seria possível identifica-lo como direito ou esquerdo observando o seio renal. As veias renais sempre são anteriores e o ureter/pelve renal sempre posterior.


Estruturas Internas

A unidade funcional do rim são os néfrons (Grego. Nephrós, Rim.). Cada néfron possui um corpúsculo renal, túbulo contorcido proximal, ramo descendente da alça de Henle, ramo ascendente da alça de Henle, túbulo contorcido distal e túbulo coletor. No rim só é possível ver os néfrons a partir da microscopia, porém pode-se identificar algumas de suas partes em certas estruturas.



O rim é composto por um córtex mais pálido e externo e de uma medula, mais escura e interna. O córtex consiste dos corpúsculos renais, túbulo proximal e distal e início dos túbulos coletores. Na medula, são visíveis as pirâmides renais que contêm os túbulos coletores, o ramo descendente e ascendente do néfron. A papila renal de cada pirâmide renal se prende aos cálices renais menores que estão perfurados por vários túbulos coletores formando forames papilares. A parte medular que não contêm pirâmides renais está entre duas pirâmides e é chamada de coluna renal. Um lobo renal é constituído de uma pirâmide renal mais o córtex logo acima dela.


Irrigação e drenagem


As artérias renais se originam da artéria aorta, abaixo da artéria mesentérica superior a nível do disco entre a primeira e segunda vértebra lombar e caminham em direção aos rins; suprindo as glândulas supra-renais, pelve renal, a parte superior dos ureteres e o próprio rim. Os rins possuem vários segmentos vasculares, porém não existe um modelo constante na maioria deles. Contudo, alguns anatomistas defendem a ideia de cinco segmentos renais: superior, anterossuperior, anteroinferior, inferior e posterior. Para para cada segmento renal uma artéria deve existir para irrigar aquela região, da artéria renal saem várias artérias segmentares tendo origem próxima do hilo ou no próprio hilo. Frequentemente estas artérias têm origem antes da artéria renal alcançar o hilo ou até mesmo na aorta. As artérias segmentares por sua vez se ramificam em artérias interlobares que se ramificam em artérias arqueadas que geram inúmeras artérias interlobulares que chegam até o glomérulo renal como arteríola aferente.


A drenagem venosa do rim é feita por várias veias que se unem no hilo renal para formar as veias renais. A veia renal direita drena somente sangue do rim, já a veia renal esquerda recebe confluências de outras veias como a veia suprarrenal esquerda (drenagem da glândula suprarrenal), Veia frênica inferior esquerda (drenagem do diafragma), veia testicular/ovárica esquerda (drenagem das gônadas) e veia lombar ascendente (drenagem da parede do corpo).

Os vasos linfáticos renais saem do hilo e drenam para os linfonodos lombares que deságuam no ducto torácico.


A inervação é feita em grande parte pelos plexos celíacos (aortico-renal) e intermesentéricos. Do plexo celíaco irradiam fibras que acompanham a artéria renal juntamente com os nervos esplâncnicos torácicos e lombares e formam o gânglio renal próximo ao órgão e entra no hilo através do plexo renal. Do plexo intermesentérico saem os ramos renais e uretéricos superiores que também chegam ao rim pelo plexo renal. É através dos nervos esplâncnicos que fibras aferentes levam a sensibilidade dolorosa para o encéfalo.


Fáscia Renal


O rim possui uma fáscia constituído de tecido extraperitoneal condensado que o reveste. A cápsula renal está separada da fáscia renal pelo espaço perinefrético. Este espaço é ocupado pela gordura perirrenal. O tecido adiposo presente fora da fáscia renal, mas que o circunda, é denominado gordura pararrenal.


Ureteres


Os ureteres são dois tubos musculares retroperitoneais que conectam os rins a bexiga. Ele deixa a pelve renal ao nível do hilo, posteriormente aos vasos renais e desce juntamente com o músculo psoas maior. É composto por uma parte abdominal e outra pélvica. Ele passa anteriormente à artéria ilíaca comum ou à primeira parte da ilíaca externa. O ureter direito está posterior a segunda parte do duodeno e é cruzado pela raiz dos vasos gonadais direito. O ureter esquerdo também é cruzado pelos vasos gonadais esquerdo e está posterior ao colo sigmoide.


No caminho até a bexiga, o ureter encontra alguns locais em que pode estar estreito, facilitando a sua obstrução. Tais locais estão sinalizados em verde na imagem ao lado, nesta ordem:


A irrigação dos ureteres é feita pelas artérias renais, gonadais e vesicais inferiores. As veias acompanham as artérias e os vasos linfáticos drenam para linfonodos adjacentes como o linfonodo aórtico lateral, pré-cavais, ilíacos comuns, ilíacos internos e ilíacos externos. As fibras nervosas chegam ao ureter através do plexo renal e hipogástrico e contêm neurônios aferentes importantes que promovem a sensação dolorosa e reflexos viscerais.


Assim que entra na pelve, o ureter segue direção inferior até o nível da espinha isquiática, onde se vira para medial, entrando na bexiga. O ureter pélvico mantêm relações diferentes para os sexos.




Trato Urinário Baixo

O trato urinário baixo contêm os ureteres pélvicos já mencionados, a bexiga e a uretra.


A bexiga urinária


A forma, tamanho, posição e relações da bexiga variam de acordo com o enchimento vesical e a idade do indivíduo. Algumas modificações também ocorrem entre os sexos, mas não em relação a forma e tamanho que permanecem quase os mesmos.


Posição e forma

A bexiga vazia de um adulto vivo é arredondada e se localiza no interior da pelve, repousando sobre a pube e no assoalho pélvico. Está situada mais baixa na mulher que no homem por causa da presença do útero. Com o enchimento, ela pode se elevar no abdome, podendo atingir até o nível do umbigo. Ao nascer, a bexiga vazia é fusiforme e está em grande parte no abdome propriamente dito.


Partes da bexiga

A bexiga apresenta quatro partes diferentes, o fundo da bexiga que é a parte mais posterior da bexiga, o ápice que é a parte mais anterior da bexiga, o corpo da bexiga que é a região entre o ápice e a base, e o colo da bexiga que é a parte inferior que se liga à uretra.


O peritônio

A superfície superior da bexiga, da base até o ápice, está coberta pelo peritônio. Posteriormente, o peritônio reflete-se sobre o útero na mulher e sobre o reto no homem.


Relações


O peritônio que envolve a parte superior do útero está inferior as alças do intestino delgado e o colo sigmoide do intestino grosso. Na mulher o corpo do útero está acima da bexiga urinária vazia. O colo da bexiga se encontra no espaço retropúbico que contém gordura, tecido fibroso frouxo e plexo venoso. O fundo da bexiga está voltado posteriormente e ligeiramente para baixo.


Interior da Bexiga

No interior da bexiga é visível o trígono vesical. A mucosa do trígono é sempre lisa e chata, ao contrário do restante da bexiga que se encontra pregueado e enrugado quando ela está vazia. O trígono vesical tem a forma de um triângulo em que os ângulos são formados, anteriormente e inferiormente, pelo óstio interno da uretra e posteriormente e superiormente pelos óstios dos ureteres, um de cada lado. Entre os dois óstios uretrais, aparece uma elevação denominada interuretérica.


Irrigação sanguínea


A irrigação da bexiga é feita pelas artérias vesicais superiores (parte superior da bexiga) e inferiores (parte inferior da bexiga). No homem ainda está presente a artéria do ducto deferente (base da bexiga) e na mulher a artéria vaginal (parte inferior da bexiga). A drenagem venosa é feita para as veias ilíacas internas.


Drenagem Linfática


É feita para os linfonodos ilíacos e linfonodos sacrais.


Inervação

A principal inervação da bexiga é feita pelo sistema nervoso autônomo parassimpático através dos nervos esplâncnicos pélvicos provenientes do plexo sacral da medula que se conectam aos segmentos S2, S3 e em menor proporção com o S4. As fibras dos nervos esplâncnicos pélvicos possuem neurônios aferentes e neurônios pré-ganglionares que se dirigem ao plexo pelvico (hipogástrico inferior) na parede da vesícula e estimulam neurônios pós-ganglionares muito curtos que inervam o músculo detrusor e o esfincter interno da uretra. Alguns neurônios passam direto pelo plexo pélvico e fazem sinapse no plexo vesical ou prostático que está ainda mais próximo da bexiga. Assim, os nervos esplâncnicos pélvicos podem perceber o estiramento vesical (fibras aferentes) e promove a contração vesical (fibras eferentes). A inervação simpática ocorre através dos nervos hipogástricos conectados com o seguimento L2 medular e em menor parte com os segmentos de T10 a L1. Os nervos hipogástricos promovem a vasodilatação vesical e como também possuem fibras aferentes, ao chegar a medula, ligam-se a vias ascendentes que terminam no córtex cerebral manifestando a sensação de plenitude e as vezes dor.


Uretra

A uretra é um tubo fibromuscular que oferece passagem da urina presente na bexiga vesical até o exterior, no homem grande parte dela também serve como passagem para o líquido seminal. A uretra masculina e feminina se modifica bastante e por isso temos de fazer esta divisão.


Uretra Masculina


Se inicia no colo da bexiga, passa por dentro da próstata, pelo diafragma da pelve masculina e vai até a ponta da glande do pênis. É dividida em quatro partes, a uretra intramural, prostática, membranácea e esponjosa.

































Uretra Feminina


Estende-se em direção inferior e ligeiramente para frente a partir do colo da bexiga até o óstio uretral externo. Não é dividido em partes e não possui um músculo esfincter interno. A uretra feminina é muito menor comparada com a masculina, este é um dos motivos para incidência maior de infecções urinárias em mulheres.



Dr. Lucas Nicolau

Emagrecimento e Performance

CRM 82767





Bibliografia

  • NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 5ed. Elsevier, 2011.

  • MOORE, Keith L.. Anatomia Orientada para Clínica. 6ed. Guanabara Koogan, 2011.

  • GARDNER. Anatomia. 4ed. Guanabara Koogan, 1980.

  • © Imagens, all rights. NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 5ed. Elsevier, 2011.

  • © Imagens modificadas de. NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 5ed. Elsevier, 2011.


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